domingo, 25 de janeiro de 2009
Existe uma certa glória em não ser compreendido! Charles Baudelaire.
Caminho na prática do silêncio.
Calo-me para pensar a dor.
Evito as palavras
enquanto o céu derrama
generosa luz azul.
Cegando-me para tudo.
Intenso calor aquece o pântano da minha alma.
Adentro em mim.
Sigo por um caminho tortuoso.
Enfrento minha escolha.
Volto ao ponto de origem.
Aventuro perder-me.
Na floresta onde o meu espírito se esconde.
Momento de pensar o presente.
Pesar o passado.
Libertar o ego do seu luto.
Observo os citadinos.
Hábitos e diferenças.
Percebo minhas próprias mudanças.
Protejo-me de ser desvelada.
Guardo verdades, mentiras e dúvidas
em confortável hipocrisia.
Tudo muda na minha melancolia.
O ponto onde em mim a vida se reinicia.
Preencho o hiato entre mim e o mundo.
Reencontro o caminho.
Encerro a quarentena.
Rumo aonde céu e mar se confundem.
Ali onde o sal constrói meu totem.
Realinho os pensamentos.
Recrio sentimentos.
O amor me irrompe.
Retomo a vida.
Viro a página.
Ponto em seguida.
1. Onde se lê "Na floresta onde meu espírito se esconde", a frase no original: "Ainsi dans la forêt où mon esprit s'exile" é do poema Le Cygne. 1859. Charles Baudelaire Considerado um dos melhores do poeta simbolista, cuja originalidade inaugurou a realidade grotesta à linguagem sublimada do romantismo. Há quem defenda que ele cria a poesia moderna. Eu o defendo como um visionário das Letras, eterno em sua atualidade, fonte que jamais se esgotará.
2. Onde se lê. Tudo muda em minha melancolia. Novamente uma alusão ao poeta : “mais rien dans ma mélancolie”. (nada muda em minha melancolia) Charles Baudelaire. Le Cygne. 1859.
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Ninguém me ama, ninguém me quer. Ninguém me chama de Baudelaire.
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