sábado, 3 de janeiro de 2009

Não há estilo sem fracasso!



Terceiro dia do ano. Terceira semana de liberdade incondicional. Olhos marejados de ver tanta beleza. Olhar panorâmico sobre minha vida. Diria até que é quase como se pudesse olhar agora de fora para dentro, um exercício de alteridade sobre mim mesma. Como diria no “Zonas”: “heterônimo de mim, vulto, sombra. Sou outro, praticando voyerismo sintático”. Estou numa banheira de livros e sons e lá fora, o privilégio de um cenário montanhoso e tranquilo, como se a metrópole fosse distante embora tudo esteja ao meu alcance agora. Um mundo de possibilidades reais e que me impregna de inspiração.
Tenho lido as letras de Cartola, entre outras obras da bibliografia que pretendo encarar para um breve mestrado, mas as dele como deleite em pesquisas daquelas que nós, curiosos, gostamos de fazer apenas pelo prazer de aprender e alimentar alguns neurônios que ficam ociosos, embriagados, danificados mesmo dos excessos após as festas de fim de ano.
Entre análises morfossintáticas, literárias e etílicas, emprestei a este novo blog essa “pérola” (não quero ser clicheteira) que traduz o sentimento de um cotovelo. Uma lição de doce crueldade, maturidade e dignidade.
Como diria Lobão: "Não há estilo sem fracasso!
“Basta de Clamares Inocencia!
Eu sei todo o mal que a mim você fez.
Voce desconhece consciência.
Só deseja o mal a quem o bem te fez.
Basta! Não ajoelhes. Vá embora!
Se estás arrependido,
Vê se chora!”

Cartola

3 comentários:

  1. michelly, você e lobão têm razão: não há estilo sem fracasso, porque a beleza também bate forte na gente. na gangorra dialética, que você sobrevoe as montanhas e caminhe firme nos vales. e quando encontrar a beleza, se estonteie ou se resigne - tenho, literalmente, a impressão de que, aí, é a mesma coisa. tudo de tudo para você.

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  2. Lutar e não vencer, é fracassar...
    Lutar não vencer e crescer com o fracasso é obter um estilo do sucesso...

    As vitórias são esquecidas
    Os fracassos marcam o quão nossa vida foi aproveitada.

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  3. "Não há estilo sem fracasso". Grande verdade. Procurar o estilo é correr o risco inevitável de encontrar apenas afetação e filistinismo.

    Deixar de procurá-lo é se conformar em brincar na areia da praia, tendo lindas e perigosas ondas pra nadar à frente.

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